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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O aborto no Brasil em dados

Que o aborto existe todo mundo sabe. Mas qual o perfil das mulheres que o pratica? Quantos abortos são realizados por ano? Quantas mulheres morrem? Quantas sofrem complicações oriundas da prática ilegal?
Segundo dados do Ministério da Saúde, o aborto contribui com 15% da mortalidade materna no país e é a quarta causa de morte materna, ocasionando 3,4 mortes de mulheres a cada 100 mil nascidos vivos. Em 2009, foram realizadas 183,6 mil curetagens – procedimento realizado após aborto espontâneo ou provocado para limpar o útero – no Sistema Único de Saúde. Dentro das razões previstas em lei, foram realizados 1.850 abortos.
Nos últimos 20 anos
As mulheres que optam pelo aborto provocado têm entre 20 e 29 anos, vivem uma união estável, estudaram até oito anos, são trabalhadoras, católicas, com pelo menos um filho e usuárias de métodos contraceptivoscomo mostra relatório coordenado por Debora Dinis e Marilena Corrêa, intitulado 20 Anos de Pesquisas Sobre Aborto no Brasil, financiada pelo Ministério da Saúde, que sistematizou 20 anos de publicações sobre o tema do aborto no país.
Na adolescência, as meninas que praticaram aborto, de acordo com o relatório, estão entre 17 e 19 anos, dependem financeiramente dos pais ou do companheiro, vivem um relacionamento conjugal estabelecido e não planejaram a gravidez. Nos dois grupos, o método mais utilizado para o aborto foi remédio.
No Brasil atual
Pela primeira vez utilizando a coleta direta de dados, a Pesquisa Nacional do Aborto (PNA), realizada por pesquisadores da Universidade de Brasília e pela Anis: Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, chegou a alguns resultados que mostram a situação do aborto no Brasil em 2010.
Uma em cada sete brasileiras entre 18 e 39 anos já abortou. Cerca de 80% delas têm religião, 64% são casadas e 81% são mães. Estima-se que 5,3 milhões já tenham se submetido a algum procedimento abortivo. Dessas mulheres, 55% das mulheres são internadas logo após o aborto.